PrEE – Programa Etanol Eficiente entra em funcionamento este mês

O INEE lança este mês o PrEE – Programa Etanol Eficiente para promover ações de fomento à competitividade do etanol hidratado (EH), através do aumento da eficiência energética de sua utilização. Para tanto, inaugura uma seção exclusiva com página de notícias sobre o assunto.

Avaliações teóricas, confirmadas experimentalmente, mostram que a energia do EH pode ser convertida em energia mecânica, com eficiência bem maior que a hoje observada, se os motores aproveitarem corretamente as características desse combustível.

Dada a importância do etanol no Brasil, seu uso com eficiência abaixo da potencial acarreta custos para o país e coloca em risco a viabilidade econômica de sua produção e uso, assim como a sustentabilidade da cadeia energética da cana-de-açúcar, sobretudo quando o preço da gasolina é mantido artificialmente baixo.

Como parte de sua atuação, o INEE pretende promover projetos e atividades, assim como reunir, sistematizar e difundir informações sobre o potencial de uso do EH como combustível com elevada eficiência energética. Para tanto, mobilizará consumidores, empresas, especialistas, acadêmicos e agentes no Brasil e no exterior interessados no tema. Sempre que possível, o PrEE deverá demonstrar sua tese básica apresentando exemplos de motores, veículos e equipamentos de alta performance usando o EH.

As metas do PrEE são:

  • Aumento da eficiência dos veículos flex quando usarem EH;
  • Introdução de carros a EH no mercado;
  • Substituição do diesel por etanol na indústria da cana e em outros núcleos específicos.

    O PrEE terá associados entre empresas, instituições e agentes interessados no tema e/ou envolvidos em projetos ou atividades vinculados à obtenção dos resultados preconizados no PrEE, tanto pelos resultados econômicos, como pelos efeitos ambientais positivos decorrentes.

    As atividades serão conduzidas no âmbito do INEE, como um projeto autônomo, com governança própria. O etanol, apesar de ter menor poder calorífico que a gasolina, pode ser bem mais eficiente se usado em motor adequado a outras características como sua homogeneidade e maior octanagem.

    A ideia, incorretamente divulgada, de que “só vale a pena usar etanol se custar até 70% do preço da gasolina” (“Paradigma 70”) paralisa iniciativas de aumento da competitividade do etanol, apesar de sua importância no Brasil. Investimentos em P&D de motores a etanol, importantes nos anos 80, praticamente acabaram. A fixação de metas de eficiência (MJ/km), iguais para gasolina e etanol, desestimula avanços possíveis. A propaganda institucional do etanol se concentra apenas nos aspectos ambientais o que mantém os consumidores em geral desinformados dos seus potenciais de competitividade. Como consequência, a indústria que, em última análise, pode lucrar oferecendo carros a etanol mais eficientes, tem insistido muito pouco no desenvolvimento do tema.

    O INEE, dentro dos seus propósitos de estimular a eficiência em todas as formas de energia, espera, com esta iniciativa, contribuir para reduzir estas e outras barreiras de mercado para o etanol.

    15/10/2014

  • [Fonte: INEE]


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