Como garantir os resultados da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia?
Quando, em seu artigo “Por que etiquetar um edifício?”, publicado em 15 de setembro no Ambiente Energia, a arquiteta Mônica Welter (*) alerta para o fato de que “a visão de ganhos no curto prazo deve dar lugar a um apreço maior pela qualidade e eficiência dos produtos em questão: os edifícios”, ela traz para o debate a necessidade de que os cuidados no projeto e na construção ou reforma do edifício devem proporcionar ganhos duráveis, que se mantenham durante a sua vida útil e que se manifestem na redução dos custos de operação.
Sabendo-se que “não se pode gerenciar o que não se pode medir”, a Gestão da Energia tem de ser iniciada com o registro das medições da demanda elétrica e dos consumos de eletricidade e de água quando da ocupação do edifício - Medição e Verificação (M&V) dos resultados – e continuada com a metodologia de Determinação das Metas e de Monitoramento das Medições.
Com estas duas atividades, há garantia de que os resultados das Ações de Eficiência Energética – AEEs - nele aplicadas, permaneçam ao longo da vida útil desse edifício.
Para a M&V, deve ser adotado o PIMVP - Protocolo Internacional de Medição e Verificação de Performance (www.evo-world.org):
• para edifícios novos, quando não há histórico de consumo será necessária uma Simulação, como descrito no IPMVP Volume III, Part 1 New Construction e
• para edifícios reformados, quando há todo o histórico de consumo anterior à reforma, usar o PIMVP Volume 1, 2012 (Br) - versão brasileira.
Para a obtenção da ENCE para uma nova construção, o projetista deverá obedecer a um conjunto de exigências de soluções eficientes na elaboração do projeto. Para caracterizar que o edifício construído tenha um desempenho energético compatível com o previsto, este desempenho deverá ser simulado com o auxílio de programas de simulação e os valores das demandas e consumos mensais serão medidos mensalmente e comparados com os valores simulados, após a inspeção visual.
Para a obtenção da ENCE em caso de uma reforma, o procedimento do projetista é o mesmo, mas para caracterizar que o edifício reformado tenha um desempenho energético compatível com o previsto, este desempenho deverá ser medido mensalmente e as demandas e consumos registrados serão comparados com aqueles que ocorreriam na ausência das AEEs executadas. A representação deste procedimento é visto na Fig.2 – Exemplo de Histórico de Energia – PIMVP -2012 versão brasileira, pag.8, após a inspeção visual.
Em ambas as situações, a metodologia de “Determinação das Metas e de Monitoramento das Medições” mais utilizada é a das “Somas Acumuladas”. As diferenças entre os valores simulados e os medidos (para cada grandeza) são somadas e processos de análises de regressão linear permitirão que metas sejam definidas e os desempenhos acompanhados.
Fonte: INEE
Autor: Fernando Milanez, Diretor do INEE
18/12/2013
(*) Mônica Welker é arquiteta e Urbanista pela UFRJ. Especialista em Edifícios Sustentáveis: Performance e Projeto – NITS/UCP-RJ, atua como consultora no desenvolvimento de projetos de edificações sustentáveis. Matéria publicada na Revista Ambiente Energia n. 01.
[Fonte: INEE]
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